quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Dores violentas nos dias violentos


Jozef Michalik, responsável do episcopado católico na Polónia – a propósito das revelações sobre padres católicos e pedófilos na terra natal do papa João Paulo II –, disse publicamente (citando o semanário Sol de 13.10.23) – que uma criança oriunda de uma família disfuncional “procura proximidade com outros e pode perder-se, fazendo com que a outra pessoa também se envolva”.

O senhor bispo só pode mesmo ter-se precipitado (não direi, não escreverei o que me vai na alma!). E de tal maneira que – logo de seguida à sua estapafúrdia afirmação –, veio a terreiro atestar que “as crianças vítimas de abusos eram de alguma forma responsáveis”.


Quem tem responsabilidades – seja a que nível for – tem que saber o que diz, não é? Assim, como será possível credibilizar um catolicismo em queda apressada?


É nestas alturas que me parece que por mais crianças que o papa Francisco aceite no palco (seja no da celebração eucarística seja noutro de uma outra natureza ou dimensão que nos escapa) há outras crianças a desfazerem os palcos da vida. Mas, por mais lucidez que a igreja de Roma comece a demonstrar (e não para de surpreender!) cresce com mais força outra igreja que, de certeza, não foi beber as suas origens em Quaran.


PS – E não é que há exemplares desta igreja cá pelas nossas bandas?

Sem comentários:

Olhando a cidade V

Fizemos cidades muito hostis para as crianças. Sónia Lavadinho, consultora em mobilidade e desenvolvimento territorial, Visão , 24.11.14