Há alguns indícios de que podemos vir a sentir-nos espetadores diferentes com os nossos corpos pós-pandémicos.
Isabel Salema, Ípsilon,
20.12.23
Não é bom ver alguém
em desespero. E, confesso, há realidades desanimadoras, que só as tinha visto
como cenas no cinema. Numa me imaginei perto da realidade que esses quadros
dramáticos transmitem.
O que só dá razão
à máxima: há realidades que estão mesmo ao nosso lado; muito mais próximas do
que imaginamos.
Nesta na minha passagem
pelo décimo piso acordei, não com uma cena de um filme, mas com uma realidade
bem séria; ali mesmo ao meu lado. O ator forçado era um colega de enfermaria,
no internamento, numa ação que se fez de um imenso alvoroço.
Nunca me
imaginei a acordar com uma equipa de profissionais de saúde entrando em tanto rebuliço
pela enfermaria adentro. Fecha-se a cortina e o som do oxigénio aumenta de
intensidade. É final de domingo.
Ainda estivemos
pelo décimo piso uns dias. Tive alta, entretanto, e acredito que tudo não
passou de um valente susto. Por isso, meu caro C., vamos ver-nos por aí, não
vamos?
Afinal, o passar
dos dias, faz-se de surpresa em surpresa.
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