Nesta foto de 2017, as lagoas de Bertiandos (Bertiandos e São Pedro de Arcos); uma paisagem protegida, parte integrante da Reserva Ecológica Nacional, incluída na Rede Natura 2000.
Há uma arrogância humana lamentável na forma como se menospreza o ambiente e os seres humanos.
António Damásio, Público, 20.11.29
1.
Diz o povo que a água de janeiro vale dinheiro. O povo sabe sempre do que fala.
E falar de janeiro não é, apenas falar do valor da água ou do primeiro mês do
ano nos calendários juliano e gregoriano – uma homenagem a Jano, o deus do começo
na mitologia romana; com duas faces, uma olhando para o passado e outra
enfrentando o futuro – é sempre dar caminho à primeira lua nova depois do solstício de
inverno, com novas mudanças de vida.
2.
João Pedro Matos Fernandes, ministro do Ambiente, diz-nos (Expresso, 20.02.22) que “temos
de mudar de vida”. E, por isso, “temos um enorme desafio pela frente”
que deve ser tomado por cada um de nós, com as nossas mãos, resolvendo “esta
função cujas variáveis são o bem-estar social e o limite dos sistemas naturais”
ou então perdemos esse desafio.
E o atual
ministro do Ambiente vinca que “é essencial interiorizar que o ar que
respiramos, o solo que usamos, a água que consumimos, não nos pertencem e,
sobretudo, não existem só para nós, mas para todas as outras espécies do
planeta”.
3.
De
uma entrevista que a jornalista do Expresso (20.04.25) Luísa Schmidt fez
a Teresa Lago, investigadora e professora catedrática aposentada (no
Departamento de Física e Astronomia da Faculdade de Ciências da Universidade do
Porto importa destacar: “espera-nos, então, uma revolução, mudando
hábitos de produção e consumo, alterando formas de conceber, de possuir, de nos
transportarmos. Sem mudar o regime de livre escolha e criação de oportunidades.
Não se trata de mudar o sistema social, mas de mudar atitudes”.
4.
Em suma, se Jano olhava o futuro com um olho no passado, o nosso futuro
coletivo estará, seguramente, na harmonia. Uma harmonia que se faz entre o
velho e o novo.
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