cevada, miséria e solidão

Foto: de homem para homem, centro cultural Vila Flor *


Sensatez é o que se pede, mas não é com tanto silêncio e passadeiras vermelhas que se é sensato.

Teresa Villaverde, Público, 20.08.18

 

olha, olha: as palavras regressam. tão bom!

hoje dormi tão mal! fotografias horrendas passaram na cabeceira da minha cama em ondulação constante.

foda-se! tantos racistas; parvos de máscaras brancas. não, não estou em frente à sede do sos racismo, estou mesmo na minha cama. só. às voltas nas imagens que me atormentam.

 

deputados ameaçados?

ui! viro-me na cama. outra vez. O corpo arrefece; totalmente. arrefeço totalmente o corpo – nem quero pensar em santa comba!

santa comba deu À luz um cadáver sedento de mulheres vestidas de negro; cadáver de jovens vestidos de camuflados que, mortos, enterravam nos cemitérios – feitos heróis –, pedras pesadas, abancado as palavras dos curas que vertiam lagrimas poluídas; quase

lágrimas de crocodilos. deputados ameaçados no meu país?

 

foda-se!

os deputados ameaçados são excelentes deputados!

quem faz questão de colar o selo do diabo? ainda há diabólicos parvos

como chefes por aí? a trazerem de volta novas ordens

de avis; resistência nacional

e saudades do lápis azul.

pai porque foste naquele mg – lembro tão bem a matrícula do carro guiado por um fascista! votar naqueles filhos da puta?

O livro de Primo Levi (se isto é um homem) é um relato de uma vivência na primeira pessoa que é um murro na nossa indiferença



 

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