sexta-feira, 12 de junho de 2015

Comer o pão amargo do silêncio?

Não faço ideia de como vai ser o futuro, mas sei que são tempos socialmente impiedosos. (…) Não se saberá quem manda, quem assume, quem é responsável.
Miguel Conde Coutinho, Jornal de Noticias, 15.05.23
Um conjunto de pessoas, utentes do Centro Hospitalar do Alto Ave – que (ainda) é o hospital de Guimarães –, criou uma comissão de utentes com o “único objetivo” de “defender o nosso hospital, as suas especialidades e os utentes”.
Como aprecio gente corajosa!
Faz-me pensar em todos aqueles que sofrem as agruras provocadas por quem, de forma completamente cega, apagou todas as janelas de futuro. Com a safa de um tal Pedro e apagão de um senhor, que adora seguros, e decidiu fazer da saúde em Portugal a malvadez que é injustiça à americana, onde só o dinheiro das seguradoras garante trabalho médico.
E, sejamos justos, é bem preciso um grupo assim, porque o hospital de Guimarães (já) está moribundo.
Não? Tenho um amigo que se não fosse para Braga (até já tem cirurgia marcada e tudo!) continuaria a encolher-se de dores no chão cheio de coisas poeirentas dos corredores do CHAA, incapaz de suportar a ‘faca’ violenta que o vai trespassando, rins adentro. Continuando a sua passagem violenta e fundamentalmente, dolorosa por aquele hospital, cujo responsável até já ganhou prémios e tudo!, mas, coitado!, apesar do extraordinário profissionalismo dos médicos de serviço, nada mais é feito do que umas receitas de analgésicos que escondem a dor. O resto será mais caro?

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