domingo, 19 de abril de 2015

basta de saudade

quem está farto da minha cidade enche-se
de mim, há sempre lugar para acreditar
(é a paixão que me faz voltar à noite; sempre)

nas palavras. terreno minado; espaço
de entendimento da infelicidade. saber e não saber
colocar nas palavras a ideia cria uma linha
sobre a cidade
(simples, não é? é a paixão que me faz voltar à noite; sempre)

a bordo da distância que foge da cidade nós
e a nostalgia dos tempos que nunca foram e as pessoas
o tempo a estoirar nas nossas mãos
quantos lugares cabem dentro dos teus olhos?

quem está farto da minha cidade enche-se
de mim, há sempre lugar para acreditar. e o tempo
que não passa por ti!
(é a paixão que me faz voltar à noite; sempre)

quem está saciado conhece todos os meandros: trevas
para os silêncios. pão e lágrimas. deitado na cama serena
vejo o universo encantado adormeço. silêncio
na minha cidade; palavras em linha.

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Olhando a cidade V

Fizemos cidades muito hostis para as crianças. Sónia Lavadinho, consultora em mobilidade e desenvolvimento territorial, Visão , 24.11.14