domingo, 8 de março de 2015

Partidos e gatos

Quanto mais misturas o café
com o açúcar mais ele te sabe a amargo.
Ruy Cinatti, in Antiguidades burlesco-sentimentais
Os partidos não param de se afirmar como sociedades fechadas. Assim, não conseguirão conquistar novas simpatias; novas adesões. Não admira que cada vez mais pessoas lhes virem as costas, cada vez mais cidadãos não se revejam naquelas caixas-de-ressonância com ecos estranhos…
Exagero!
Pergunte-se a um qualquer militante dos grandes partidos se é tido ou achado nas escolhas dos seus representantes nas decisões magnas partidárias. Ou na elaboração da lista daqueles que representam os cidadãos do seu circulo eleitoral. Ou na elaboração das listas aos órgãos autárquicos.
Calma! Assim ainda perdes o fôlego! Os partidos não se fazem de militantes, mesmo que estes sejam o coração e o sangue circulante?
O que vemos é uma máquina trituradora que esmaga escolhas; pessoas que pensam, principalmente ideias a esbarrem na vaidade que (dizem) define politicas
Como estás a exagerar!
Nem penses! Como andas distraído…
Pronto! Os tempos são duros; complicados (só para alguns), mesmo sendo tempos que cruzam todos; militantes ou não.
Que tal darmos a palavra ao padre António Vieira? “como hão de ser as palavras? Como as estrelas. As estrelas são muito distintas e muito claras”.
Ou seja, seguindo a ideia de António Vieira, os partidos são feitos de estrelas, muito distantes?
E não é? Por isso não ouvem e não conhecem os seus militantes, quem lhes dá a vida de que precisam para sobreviver.
Por isso, as lideranças se fecham em conventos ou hotéis. Onde se paga para entrar ou exige identificação junto de seguranças Quando os partidos viverem só com estrelas têm o seu universo será tremendo.
Achas? Não olhas mesmo para o que te rodeia.
É por olhar que estou a sofrer…

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