sexta-feira, 27 de março de 2015

Inventar mudando

Peço silêncio e peço que confirmem se o meu coração ainda funciona.
Gonçalo M. Tavares, in animalescos
foto: maiortv.com.pt
1. No dia em que celebrava o segundo ano à frente dos destinos da igreja católica, que é como quem diz, à frente do Vaticano, Francisco, o papa cada vez mais aclamado por católicos e não católicos, teve uma afirmação que, parecendo simpática, é aterrorizadora. Diz o líder católico que gostava de poder sair um dia, sem que ninguém o reconhecesse e ir comer uma pizza.
É forte! Não, não estou a pensar no que disse na mesma altura – “tenho a sensação” de que o pontificado “vai ser curto” –, mas na razão que impede um homem de poder ser o que é; ser referência numa sociedade cada vez mais à deriva.
Comer pizza, obviamente num espaço público, não é um ato social?

2. Há dias ouvi esta afirmação na rua: as religiões são importantes na ajuda que dão na organização social. São perigosas pela cegueira e conduta de muitas pessoas.
É uma afirmação e pêras! Forte e intensa. Como as palavras do papa Francisco.

3. Paulo Terroso, no suplemento do diário bracarense Diário do Minho, igreja viva (15.03.05) escreve que a realidade que ensanguenta os nossos dias; sejamos ou não religiosos. A da altura afirma: concorde-se ou não com a possibilidade da criação de uma ONU das religiões, os acontecimentos dos últimos meses conduziram-nos a um ponto onde todas as religiões são chamadas a tomar, em conjunto, uma atitude concreta e expressiva, contra a denominada “violência religiosa”.  é um ponto de partida fundamental para que todas as pessoas têm uma religião possa comer em paz e sossego um pizza em espaço público.

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Olhando a cidade V

Fizemos cidades muito hostis para as crianças. Sónia Lavadinho, consultora em mobilidade e desenvolvimento territorial, Visão , 24.11.14