Para vencer
o escândalo, um papa deve ser escandaloso. Sobretudo se o escândalo ofende a
fé, divide os crentes e oprime as almas.
Nuno
Rogeiro, sábado, 14.12.30
Ponto prévio: apesar de nem tudo ser o que parece ou o que parece
poder ser, faço questão de sublinhar que tudo o que venha do lado do Vaticano
não deixará de nos dizer coisas. Por mais que (muitas vezes) nos digam o
contrário.
Por isso, importa
olhar para as novidades vaticanistas; e, porque não?, para as realidades mais
afastadas do tempo. É que dali sai mais cor do que em qualquer arco-íris no
deserto!
1.Sei bem que mesmo depois do último concilio – há quem
diga que foi o mais importante e que ficou conhecido como concilio vaticano II
– o óbvio não morreu: a igreja católica é igual aos partidos; vive de lóbis.
Escolhe sempre na mesma roda; martiriza e cala quem ousa ser diferente. Mata
pensamentos (ainda que discretos) que ponham em causa o satus quo.
2. Tenho a certeza que padres gordos, vaidosos, com placas
anunciadoras de novos mercados vão ter que morrer como qualquer ser humano;
tenham ou não fé. Eles são como todos os humanos: mortais.
3. Em entrevista a Helena Morte (Jornal de Noticias 14.12.26) Anselmo Borges,
depois de vincar que “a igreja católica tinha caído numa miséria
que era insustentável”, não tem dúvidas em dizer que o mundo, o nosso
mundo, anda à deriva. E que, “além da crise financeira e politica, há uma crise
moral e religiosa”. E, talvez por isso, “as pessoas sentem-se perdidas,
desorientadas, no tédio e no vazio”. Pois é, e o mundo vaticanista que teima em
manter-se será deste mundo?

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