quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

risos ensanguentados



diverte-te; tenho a certeza que o vais fazer!
e gostar
(jogar em jogo que não é meu?, não!
fora daqui! nem ensaies apanhar-me quando
as tuas asas tentarem bater sobre mim).

jamais seguiria no teu voo sem direção
trégua estrangulada! dar uma volta? tenho que me despir de ti
de que falas? estás tão confiante! vou-me embora
pela via láctea – tanta eteridade! está um belo dia
para apanhar todos os risos ensanguentados.
senta-te mais perto de mim; está melhor!
já nos olhamos no mesmo espelho.

(neste infinito lugar de silêncio onde nos cruzamos
acreditas que há uma fronteira mágica
que nos une; um lugar profundamente branco de silêncio)

queres dar uma volta? apanha-me nas tuas asas.
cada vez mais etéreas; sei em quem acreditei!
não me ligues nunca mais

(é um desafio estar onde não há neutralidade)

como me enganarás quando nos encontrarmos
na finitude? onde existe um ombro amigo no meio do nada
há sorrisos; sim! mais felizes e intensos
que os teus risos ensanguentados.

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