segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Na solidão, o lugar onde tudo começa



1. A propósito dos “mais de 300 somalis e eriteus que morreram em Lampedusa”, ou dito de uma forma mais realista, que ficaram caídos quase, quase a apanhar a ilha, José Manuel Pureza escreve (Diário de Noticias, 13.10.11) que “tem razão Francisco, o Papa. Esta é uma Europa da vergonha. Em nome de um suposto salvamento humanitário, junta-se de peito feito aos semeadores do outro lado”.


2. Os seniores dão dinheiro; os seniores são o futuro! E mantê-los na sua própria casa, inseridos no seio da família e com a maior qualidade de vida, é o futuro. Dá dinheiro e – fazendo de conta que temos os mais velhos ali mesmo à mão – dizemos acreditar na sedução; não na revelação! Não na dos sentidos, mas de uma realidade (que nos dizem que estava por inventar) que dá um lucro que assusta!


3. Entre os somalis e eriteus mortos na ilha e os idosos que dão – e darão cada vez mais dinheiro aos exploradores das necessidades humanas – pode (sublinho, pode) não existir semelhanças.


4. Infelizmente a realidade, nua e crua, é igual para quem procura sobreviver, trabalhando nas piores circunstâncias ou resistindo nos espaços de acolhimentos mais insensíveis.


Ponto final: nesta Europa da vergonha, de que fala Francisco e Beleza vinca, já não importa ser velho ou novo, importa mesmo é não desequilibrar as contas públicas.

Haverá por aí uma Lampedusa que me ajude naufragar?

Sem comentários:

Olhando a cidade VI

  Se pusessem bancos e árvores junto a um supermercado de bairro, ele transformar-se-ia num s ítio interessante . Sónia Lavadinho, consulto...