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sábado, 23 de janeiro de 2021

Bela escolha

Tem que se construir a memória a partir de determinadas ruínas.

Edgar Pera, debate no mercado municipal de Guimarães, no âmbito do Bairro C. 20.07.12 

 

O que vai acontecer, a partir do próximo mês de março, na rua D. João - com um acesso substancialmente melhorado à baixa vimaranense - é uma vitória muito importante do futuro ambiental.

E não é, apenas, por aquela artéria histórica de Guimarães, ficar mais linda e mais arejada – o que é importante, naturalmente! – é mesmo pelo arrumar dos carros * para que aquela artéria seja para usufruto das pessoas.

A pé ou de bicicleta – o que, desde logo, assegurará, ninguém duvide!, maiores descidas das pessoas desde o centro da cidade á baixa citadina. E o padrão de São Lázaro é um monumento tão lindo, não é?

 

Pronto ! a história também se conjuga com modernidade e respeito ambiental.

 

* exceto no acesso “para uso do comércio”.

 

terça-feira, 15 de dezembro de 2020

Centro de poderes

foto: Leonardo Negrão (Global Imagens)
 

A palavra “elite” entrou em regime de inflação, no nosso espaço público.

António Guerreiro, Ípsilon, 19.06.28

 

1. Desde que votei pela primeira vez (e integrei a comissão concelhia de Guimarães da candidatura de Maria de Lurdes Pintassilgo) habituei-me a olhar para uma eleição presidencial e de uma forma diferente para os díspares candidatos presidenciais; diferença no que concerne à forma como se é sem deixar de ser, sem ser o que as máquinas políticas tanto desejam. E diferença na simplicidade e frontalidade dos olhares; seja para as realidades políticas, seja, principalmente, para as realidades sociais.

Neste ano, um ano dominado por Marcelo; comentador, chefe do governo, populista e presidente, tinha desistido de pensar nas eleições presidenciais do próximo mês. Mas os últimos avanços rumo à última semana de janeiro agitaram-me, levando-me para o sítio onde, na verdade, nunca nenhum de nós devia sair: a participação cívica.

 

2. Sendo certo que não olharei (agora) para Marisa Matias, por mais que aprecie o seu trabalho como deputada no parlamento europeu, restam-me dois candidatos: Ana Gomes e João Ferreira.

 

3. Aprecio imenso João Ferreira, que não para de mostrar como é um político com todas as janelas de futuro abertas. Considero-o o homem do horizonte de esperança. Estarei muito atento aos seus próximos passos.  

 

4. Só que neste momento solene de decisões, e sendo certo que o atual inquilino de Belém só a espaços se lembra que é presidente de todos os portugueses – seja no silêncio premeditado sobre atitudes pouco dignas no que à justiça diz respeito, seja nas provocações para fazer de conta que não existe em Portugal um governo livremente escolhido pelos portugueses –, continuo a ser fiel à aprendizagem que fiz aquando da candidatura de Maria de Lurdes Pintassilgo.

 

5. Ana Gomes é um sobressalto muito importante contra a apatia reinante; uma apatia que tem duas bases principais e perigosamente complementares: António Costa e Marcelo Rebelo de Sousa.

O primeiro porque quer continuar a ‘dar-se’ com o segundo; e este segundo, tal como o primeiro, só olha para os interesses defendidos, desde sempre pelo centrão (como dizem os brasileiros), uma zona cinzenta do espetro politico que não é nada meiga no que às dificuldades dos mais necessitados diz respeito.

 

Nota de rodapé: há (supostos) dirigentes políticos dos dias que correm que só lhes falta (mesmo) mostrar a ferida aberta na coluna para inserção da mola que já não os suporta publicamente; tal é o seu fracasso liderante. Com a sua curvatura incapaz de os conduzir ao devir. Porque se agitam com a menor movimentação de ar.

O pior é que eles estão mesmo ao nosso lado!

sexta-feira, 11 de dezembro de 2020

Bola de espelhos

 

A grandeza hoje está no pequeno gesto que pode ajudar a reciclar o mundo.

Vitorino Silva (Tino de Rans), Diário de Noticias, 19.02.09

 

Quando o medo nos conduz a uma qualquer luz, até pode ser a luz pálida de um pirilampo, cheira-nos a salvação; vai daí seguimo-la. Aos trancos e aos mancos, mas seguimo-la, porque nos sentimos perdidos. Não, não estou a olhar para as palavras de Luís Pedro Nunes (E, 20.12.04) – os especialistas em história de pandemias estão em grande. Ainda há um ano ninguém sabia sequer que existiam e hoje são convidados de luxo em programas de televisão internacionais onde bebemos as suas palavras.

Mas por muitas (outras) razões, muito embora as palavras de Luís Pedro Nunes sejam bem claras e objetivas.

Estou mesmo a olhar com preocupação para as palavras de André Lamas Leite, na edição do passado dia do jornal Público, 20.12.01: a pandemia é uma lança apontada ao coração da democracia e a prostituição dos valores rule of low * bem pode despertar Victor Hugo do sono eterno. 

Se temos memória das nossas infâncias, não é verdade que íamos atrás dos pirilampos quando estávamos à deriva, perdidos dos pais e a fugir das sombras?


* estado de direito


quinta-feira, 10 de dezembro de 2020

Barbas a arder

Não desejo uma vida difícil a ninguém, pois as dificuldades, a pobreza e a dor não faz ninguém melhor pessoa.

Joacine Katar Moreira, E, 19.12.28

 

Como adoro este título do Jornal de Noticias do passado dia 4: greve de fome de sete dias termina com piza e croquetes. Não, não estou a brincar. Gosto mesmo!

A peça de Rui Pedro Pereira atira os meus olhos para as câmaras televisivas. Onde vi ali muito gozo; tanto escárnio e tanta vontade de fazer dos espetadores verbos de encher.

Registo no texto do jornalista do JN que os transeuntes pediram para tirar selfies com o chef. Só que, o chef terá reagido ao nível de “isto parece mesmo um zoo*, entre dentes, para que não ficasse registado.

Não, senhor! Não falta atirar amendoins. Mas há quem considere heróis em gente assim.

 

Sem mais palavras sob a minha pena, importa vincar este ponto de vista do músico Miguel Guedes (Jornal de Noticias, 20.12.04): sabes se a presença em frente ao Parlamento de nove empresários em greve de fome, habitualmente bem nutridos nas suas vidas normais garbosa e luxuosamente exibidas nas redes sociais), faz mais ou menos pelas reivindicações do setor da restauração, hotelaria e diversão noturna é algo de muito questionável.

 

* minha senhora, estou muito fragilizado! Respondeu entre chã, água e pilhas de jornais do dia, uma bandeira de Portugal e muitos cigarros, Ljubomir a uma mulher que lhe pedia para tirar uma selfie. (JN, 20.12.04)

 

quarta-feira, 9 de dezembro de 2020

Batalha sem futuro


Estamos a usar a cultura como uma forma de melhorar a vida dos jovens. Estamos a usá-la também na regeneração urbana – quando novos grandes projetos urbanísticos são lançados, a cultura tem que fazer parte.

Justine Simons, vereadora da Cultura e Indústrias Criativas de Londres, Público, 19.11.12

  

o pai e eu sentados na esplanada ao fim de tarde. sem nada para dizer um ao outro. sem nenhum olhar para trocar. estamos distantes? não;

quando estamos cansados ou com vontade de afogar a agressividade dos estupores dos dirigentes,

é só um fim de tarde. muito calmo…

(não é pai, é coisa que se perde nos dias parvos e brancos que nos levam)

porquê este confinamento cego?

 

leste as palavras de José Ornelas, presidente da conferência episcopal portuguesa (7margens, 20.11.27 sobre o futuro de todos nós?

não;

pede ao Tiago que me traga um copo de água. para acalmar a separação que vai crescendo entre o velho e o novo, entre a realidade boa e as realidades assustadoras que por aí circulam.

os olhos do pai são transparentes, de uma transparência que leva à ausência da cor. olhemos as palavras do líder católico português que mais tem agitado as águas do comodismo:

Essas atividades [culturais] são altamente penalizadas, mas são fundamentais para sairmos da crise com uma sociedade bem organizada.

e acrescenta: No campo da cultura nem tudo pode ser feito à distância, o público faz parte da própria festa. O público faz falta. Tem de ser a sociedade no seu conjunto a dar a mão aos artistas.

 

de frente, mesmo na diagonal dos olhos azuis do pai, está uma moça linda; toca

o telefone no meu bolso esquerdo

a diferença entre a calma de agosto e o início da agitação de setembro mede-se no movimento de automóveis na rua.

e a cidade torna-se mais fluida. Vivendo à vez, em distanciamentos parvos e segregadores. E a segregação é fria. E mata com tanta solidão

 

outra certeza pai:

o chefe do governo não sabe do que fala; está sempre a sair da cidade sitiada….

domingo, 6 de dezembro de 2020

Caiu o meu ídolo


Os cães é que são fiéis aos donos. Homens e mulheres não são fiéis. Ninguém é fiel a ninguém, porque a palavra não faz sentido.

José Gabriel Pereira Bastos, psicanalista, E, 19.07.13

 

Rui Rio quer matar António Costa.

Perdão! O líder do PSD quer que a legislatura de António se fique pelo caminho.

Só que Rui Rio, sempre acelerado em Chegar primeiro, esquece o essencial: à parte a estúpida estupidez dos confinamentos feitos a régua e esquadro, já nada liga o PSD e o PS.

O PCP de Jerónimo de Sousa sabe bem disso. Sempre soube! Sabe melhor do que muitos (considerados) senhores políticos deste país à beira-mar plantado das verdades políticas.

E o PCP não vai alinhar em antecipação de eleições.

Não vai.

Há dúvidas?

Basta um pouco de bom senso e leitura de números. Seja de militantes, seja de contas. Em suma, tenham eles a dimensão ou orientações que tiverem!

mobilidade e o devir

  foto de arquivo Falamos de mobilidade, mas deixamos as aldeias sem transporte . Falamos de coesão, mas centralizamos a decisão . Falamos d...