quinta-feira, 16 de maio de 2019

memória prostituída


a ternura das noites de luar morreu
na minha terra. secaram silvas e matagais
nas mãos ásperas do cimento. armado
em cores contagiantes da memória.

recordar a minha terra é sonhar a harmonia
vestida de cores nostálgicas.
viver na minha terra é naufragar
na fragilidade de traseiras de sucesso.

a minha terra cresce sobre as ruínas
dos pacatos sofreres de amores. esperados
ansiosamente ao luar. adornados
de sonhos que desenhavam a paixão.

a minha terra perdeu a virgindade
na loucura do crescimento
na luta inglória contra o vício fresco da alma nómada.


do livro "Matéria de Sonhos"

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