Há um cansaço
da inteligência abstrata, e é o mais horroroso dos cansaços. Não
pesa como o cansaço do corpo, nem inquieta como o cansaço
do conhecimento e da emoção. É um peso da consciência do mundo,
um não poder respirar da alma.
Fernando
Pessoa, in Livro do Desassossego
Quando no
início de outubro próximo estivermos naquele espaço onde desenhamos uma cruz –
pois é, é mesmo um voto; caramba! – haverá vinte e dois partidos.
Porra! Tanta
gente!
Por ali
haverá oportunistas saídos dos partidos; dos partidos oportunistas que nunca
nada deram aos oportunistas, partidos que, sendo oportunistas, querem lá saber
de oportunistas, antes dos donos que os criaram; dos padrinhos que alimentaram,
dos compadrios fundamentais (dizem eles) para a sobrevivência – sobrevivência?
Qual? E novos partidos que, coitados!, nunca saberão de onde vem o vento norte;
sabem lá eles o que é a política!
Ui! Que
medo! Quem sabe se a sensatez não é mesmo (como sempre) o melhor caminho…
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