domingo, 30 de agosto de 2020

o silêncio e a festa

ainda avalias se serás o autor da missiva da menina

que vai nascer? os sonhadores vivem num tempo de vergonha!

tenho medo de ti. odeio o teu corpo magro, esquelético;

sentado sobre o banco abençoado de uma igreja sem forma

de cruz – que abuso!

 

por que carga de água ela continua fechada. sobre o tronco

sujo de uma lança revestida das formas arcaicas

do poder eclesial que nos trouxe o declínio? declínio

que teimas em desenhar superior a nós; humanos

o rei não chega, sabes?

 

sim a utopia urge! recusa, apenas, entrar porta adentro

em tom de comédia parva, como as palavras sem sabor.

saídas do púlpito *

 

* É um arrepio procurar, nos dias que correm, significados de púlpito; são tantas parvoíces, tão evaporadas no ódio interior; que dói!


 

sábado, 29 de agosto de 2020

A imagem cresceu *


 O afastamento dos eleitores dos partidos é um sinal grave que devia preocupar muito PS e PSD. À sua volta está tudo a mudar.

Ricardo Costa, Expresso, 20.02.22

 

1. Os portugueses identificam-se cada vez menos com um partido politico, dando espaço a que a decisão quanto ao voto em eleições conjunturais, como o contexto económico ou a popularidade dos lideres partidários. Esta afirmação é a entrada de uma peça – Costa falhou maioria absoluta no “melhor contexto” possível – que Leonete Botelho assina no jornal Público (20.02.21).

É um trabalho que analisa o estudo que uma equipa do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa e onde fica claro o cada vez maior afastamento dos partidos e das pessoas, seja qual for a direção de afastamento assumida. 

2. É uma realidade que já não oferece dúvidas a ninguém. Pessoalmente – e já fui militante partidário – nos dias que correm, preocupa-me muito mais causas que a todos dizem respeito do que o caminho seguido pelos partidos.

Uma nota de rodapé: o facto de o senhor Costa ter falhado a maioria absoluta, no “melhor contexto” só fortalece a democracia portuguesa; mormente a ação diária da sua casa mais importante: a Assembleia da República.

E sim!, esta realidade mostra como os portugueses, apesar de pouco participativos, estão atentos às realidades políticas, ou melhor, à forma como são ignorados pelos políticos que os mandam às malvas – Muitos dos parlamentares alienaram a lealdade para com o povo que os elegeu e transformaram-se em fiéis servidores dos grupos económicos. (Paulo Morais, Público, 20.03.02).

 

* Retardado, mas não esquecido.

Infelizmente desatualizado na discussão na casa da democracia e na pressa que o senhor Costa resolveu fazer de conta que pode voltar a geringonçar.

Outras notas de rodapé: se não houver acordo, é simples: não há orçamento e há uma crise politica, António Costa, SIC, 20.08.29

Marcelo esvazia dramatização de Costa, título do Expresso (20.08.29) ou Cenário de crise politica é uma ficção, avisa Marcelo. (Cristina Rita, i, 20.08.28)

sexta-feira, 28 de agosto de 2020

Avenida perigosa

foto: homem de gouveia (lusa)

As máscaras da extrema-direita continuam a cair.

Manuel Carvalho, editorial, Público, 20.08.21

 

Ó pá!, então o que vem a ser isto?

Uma guerra entre a Madeira e os Açores?

Ou apenas o bom senso a dizer que nem sempre o melhor do oceano está no que parece?

Esclareça-se, pois: Paulo Cafôfo considera um “falhanço político” as conversas namoradeiras entre o senhor Albuquerque e um tal de Chega.

Por mim, que adoro os Açores, continuo com vontade de sentir, ainda mais de perto, a Madeira.

Apesar das suas escarpas.

 

quinta-feira, 27 de agosto de 2020

Apetece-me encolher os ombros


Foto:ominho.pt

O mais estranho é como é que o maior partido da oposição cede agora à tentação da chamada da aranha: vem, diz a aranha à mosca. E a mosca tem ido. O resto sabe-se como acaba.

Paula Teixeira da Cruz, Público, 20.08.19

 

Será que o PSD – o PSD do senhor Rio e do vimaranense André Coelho Lima – vai agora apoiar a candidatura autárquica do senhor Isaltino Morais?

Por mim, que nunca entendi as lógicas matemáticas da politica, acredito que André Coelho Lima irá demover vontades junto de Rui Rio.

Palavra!

quarta-feira, 26 de agosto de 2020

Caminho difícil


 É mais fácil viver no presente quando não há futuro.

Phocbe Bridgers, E, 20.06.13

 

Após dois anos de greves climáticas de Greta Thumberg, o mundo continua a negar a crise, é o título de uma peça de Patrícia Carvalho inserida na edição do dia 20 de agosto do jornal Público. Um texto curto, na verdade!, mas que merece reflexão.

Daí que importe destacar esta afirmação da jornalista: as mudanças do nosso modo de vida são inevitáveis para travar a crise em curso.

Subscrevo em absoluto esta afirmação, consciente de que, quando puser os pés na rua outra vez, mais uma vez!, os males do costume nos hábitos de cada um estarão por lá. A começar por uns putos que deixarão, outra vez, mais uma vez e tantas vezes, os restos indestrutíveis de uma comida rápida de uma multinacional na minha rua. E são cada vez mais,

Como seria se estes putos não tivessem tido ações de sensibilização para as dificuldades ambientais nas suas escolas?

terça-feira, 25 de agosto de 2020

Olhar da semana II

Um a um, os profetas do populismo de extrema-direita vão mostrando a sua verdadeira face, estatelando-se em casos de corrupção que tinham prometido não só combater, mas erradicar na Europa ou nas américas.

Manuel Carvalho, Público, 20.08.21


Olhar da semana

Foto: ferquimfar.org.br

Uma sociedade que maltrata os seus mais velhos é uma sociedade sem raízes, sem memória.

Esther Muczin, Público, 20.08.21

mobilidade e o devir

  foto de arquivo Falamos de mobilidade, mas deixamos as aldeias sem transporte . Falamos de coesão, mas centralizamos a decisão . Falamos d...